Animais marinhos encalhados chegam a 184 no sul da Bahia

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O número de encalhes de animais marinhos na área do litoral Sul da Bahia, não para de crescer. De acordo com o Projeto (a)mar, neste ano foram registrados 184 entre Maraú e Canavieiras. Do número total, 143 foram tartarugas. O segundo grupo que mais sofreu encalhes em 2022 foram as aves marinhas, com 27 situações registradas, seguidas dos botos cinzas, com 8 registros. Também foram contabilizados quatro encalhes de golfinhos, um kogia pigmeu, além de uma baleia jubarte.

Os dados atualizados demonstram um Índice maior que 30% em relação ao ano passado, neste mesmo período. Na maioria das vezes os encalhes são provocados por artefatos pesqueiros como a rede, o anzol e a corda. Os animais acabam morrendo por asfixia. De acordo com o Coordenador de encalhes e Médico Veterinário do projeto (a)mar, Dr.Wellington Laudano, o trabalho educativo para preservar esses animais é contínuo. “A gente pede para não tocar no animal, não tirar foto, não mexer. Se estiver vivo orientamos a colocar numa determinada posição e fora do sol. Se for tartaruga pode tentar colocar um pano nela e esperar a nossa chegada, mas de preferência não é recomendável mexer no animal pois pode agravar o estado dele. O importante é não incomodar os animais”.

Segundo biólogos e médicos veterinários, o índice requer atenção porque o grande número de óbitos foi contabilizado até agosto deste ano. Entre setembro e março acontece a temporada de reprodução dos animais no litoral sul do estado.

No último sábado,20, um filhote de baleia jubarte foi encontrado morto, na Praia dos Milionários, em Ilhéus, cidade localizada no Sul da Bahia. Segundo dados do projeto (a)Mar, que monitora a vida marinha entre Maraú e Canavieiras, este foi o primeiro encalhe da espécie na região em 2022.

No caso de filhotes o projeto (a)mar destaca que eles dependem muito dos cuidados da mãe e normalmente não sobrevivem quando se perdem. Acabam perdidos sem alimento, sem proteção e mais suscetíveis aos predadores.

O projeto nasceu a partir da junção de iniciativas socioambientais já desenvolvidas e idealizadas pelos integrantes da equipe, buscando soluções, através da coletividade e do envolvimento comunitário, para preencher lacunas sobre o conhecimento da biodiversidade costeiro-marinha no Litoral Sul da Bahia, bem como, identificar e minimizar os impactos (antrópicos) nesses ambientes e nos seres que vivem nele. Toda a equipe do Projeto (a) mar é composta por voluntários que acreditam na causa e tem em comum a vontade de transformar, para melhorar a realidade em que vivem.

FONTE: JORNAL TRIBUNA
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