Governadores afirmam que vão reagir a eventual decreto de Bolsonaro

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Foto: Adriano Machado/Reuters

Os governadores avaliam acionar a Justiça, caso o presidente Jair Bolsonaro cumpra a promessa de assinar um decreto para liberar setores da economia a voltarem a funcionar. As informações são da Folha.

Ao chegar no Palácio do Alvorada no domingo (29), após contrariar a orientação do Ministério da Saúde e circular por Brasília cumprimentando apoiadores, Bolsonaro disse que pensa em liberar a volta ao trabalho para quem precisa. 

“Eu estou com vontade, não sei se eu vou fazer, de baixar um decreto amanhã: toda e qualquer profissão legalmente existente ou aquela que é voltada para a informalidade, se for necessária para levar o sustento para os seus filhos, para levar leite para seus filhos, para levar arroz e feijão para casa, vai poder trabalhar”, declarou.

A avaliação feita em um grupo de WhatsApp com gestores do Nordeste é de que o presidente permanece “inflando” o incêndio em vez de sentar à mesa e liderar o país frente aos desafios da pandemia.

“Ele tem que parar de fazer política, parar de fazer intriga e assumir a função que a maioria do povo lhe deu de presidente da República. Cabe ao governo federal liderar esse processo e não ficar alimentando crise”, disse o governador da Bahia, Rui Costa (PT).

Rui afirmou que os estados vão continuar acionando a Justiça caso alguma medida do governo ponha em risco a população.

“Não vamos permitir”, disse. “O que os governadores querem é que o presidente assuma suas responsabilidades de coordenar as ações de saúde pública para salvar vidas humanas.”

“Parece que todos nós estamos vivendo um grande pesadelo e o presidente brincando”, reclama.

A posição foi corroborada pelo governador do Pará, Helder Barbalho (MDB). “Aqui, não vamos recuar. Se for necessário, iremos até à Justiça”.

Paulo Câmara (PSB), de Pernambuco, disse ser “totalmente contra” a medida avaliada pelo presidente. O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), também criticou. “Que ele assuma as responsabilidades”, cobrou.

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